A ONG Amazonas Visão agradeceu a Unimed Goiânia pelo apoio à expedição para oferecer assistência médica em Oftalmologia e outras nove especialidades, realizando mais de mil consultas e procedimentos odontológicos na comunidade quilombola Kalunga, no município de Cavalcante (GO), no período de 19 a 27 de setembro. A Cooperativa financiou a confecção das camisetas do projeto e a hospedagem dos médicos voluntários. A expedição reuniu um grupo de 9 estudantes de Medicina, 6 de Odontologia e 29 profissionais da ONG, que realizaram 165 consultas de Oftalmologia, 124 de Pediatria, 110 de Ginecologia, 93 de Clínica Geral, 65 de Reumatologia e Clínica, 110 de Geriatria, 30 de Pneumologia, 27 de Infectologia, 20 de Psicologia e mais de 300 procedimentos odontológicos.Foram examinados e selecionados vários pacientes para cirurgias de catarata, pediátrica e ginecológica, mas, devido às deficiências de infraestrutura do hospital local, elas foram adiadas e serão realizadas na medida em que essa situação melhorar.
Dr. Luiz Sérgio Pacheco Santos
Segundo o oftalmologista Dr. Luiz Sérgio Pacheco Santos, presidente da ONG Amazonas Visão, a assistência à saúde no município é precária. As comunidades Kalunga estão isoladas e enfrentam problemas de infraestrutura, como a ausência de transportes, estradas, escolas e saneamento. O povo Kalunga é formado por negros descendentes de escravos, que resistiram à escravidão e organizaram quilombos na região da Chapada dos Veadeiros, nos municípios de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás, cuja população atual gira em torno de 6.000 pessoas.
Atendimentos
"A ONG Amazonas Visão agradece a parceria da Unimed Goiânia, que proporcionou a hospedagem de nossa equipe. Sem essa contribuição, não teria sido viável a realização dessa expedição. Com toda a certeza, a Cooperativa participou da transformação de realidades sociais e contribuiu para um mundo com mais dignidade", garantiu Dr. Luiz Sérgio Pacheco. Segundo a coordenadora técnica da Diretoria Médica da Cooperativa, Dra. Ana Maria de Oliveira, o atendimento foi feito em consultórios montados no Centro Espírita da cidade, que acolheu de maneira cuidadosa os voluntários e ofereceu apoio logístico às pessoas que vieram de longe para as consultas. "Como infectologista, fiz atendimento nesta área e também em clínica médica e dermatologia. Atendi alguns casos de psoríase e muitas dermatites a esclarecer. Observei que existe carência de atendimento pelo SUS. Há um garimpo na região central e os moradores afirmam que esta atividade tem contaminado os ribeirões locais com mercúrio. É necessário averiguar essa situação, já que a contaminação do solo, águas e alimentos atinge o ser humano, podendo acometer todos os órgãos, inclusive a pele, como pude constatar", relatou a médica cooperada.
Dra. Ana Maria de Oliveira
Ela considerou o trabalho gratificante. "Fomos recepcionados com muito carinho e hospitalidade por parte de toda a comunidade, com especial referência à comunidade Kalunga. A ação voluntária em si foi muito profícua em uma comunidade tão carente e esquecida do poder público. Espero que possamos retornar com mais colegas para ampliar o atendimento", finalizou Dra. Ana Maria.